COMO ELABORAR UMA MONOGRAFIA: aspectos teórico-epistemológicos, metodológicos, de normalização e da língua culta

COMO ELABORAR UMA MONOGRAFIA: aspectos teórico-epistemológicos, metodológicos, de normalização e da língua culta

Luiz Carlos dos Santos

 

RESUMO

Este artigo técnico-científico traz a temática sobre como elaborar uma monografia, na graduação e pós-graduação lato sensu, mas que pode ser aplicado, também, em cursos de pós-graduação stricto sensu, tanto em dissertação de mestrado, quanto em tese de doutorado – a lógica é a mesma, o que difere é o nível de aprofundamento do estudo. A investigação teve por objetivo geral evidenciar os aspectos teórico-epistemológicos, metodológicos, de normalização e dos estilos da língua culta a serem observados na elaboração de uma monografia. A metodologia utilizada na execução da pesquisa teve o seguinte delineamento: método dedutivo; tipologia quanto aos objetivos do estudo de cunho exploratório; natureza de abordagem de ordem qualitativa; natureza da exposição do objetivo de investigativo de caráter teórico, ou revisional, apoiado em fontes bibliográficas, documentais e eletrônicas. Enquanto resultados alcançados observou-se que monografia é uma produção complexa, a qual exige do pesquisador conhecimento na área da temática, requer competência na trajetória metodológica a ser perquirida, além da experiência das normas da ABNT e capacidade para redigir com clareza, concisão, coesão e objetividade. Concluiu-se do estudo que a monografia, apesar de não ser um requisito obrigatório para todos os cursos de graduação, é uma forma de incentivar o estudante na iniciação científica.

Palavras-chave: Monografia. Estrutura da Monografia. ABNT. Estilos da Língua Culta.

1 INTRODUÇÃO

No sentido macro da palavra, monografia é um relatório, resultante de uma pesquisa científica, podendo ser uma dissertação de mestrado, tese de doutorado ou monografia de graduação ou de pós-graduação em nível de especialização ou MBA. No âmbito da academia, o termo monografia é destinado ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) desenvolvido em curso superior ou na pós-graduação lato sensu.

Qualquer que seja o grau de aprofundamento do trabalho monográfico, o tema escolhido deve ter relevância operativa, social e humana, com quadro metodológico que propicie o seu desenvolvimento, para fins de investigar o fenômeno, fato ou ocorrência, objetivando elucidar a problemática, comprovar a (as) hipótese (s) ou responder as questões norteadoras, bem como alcançar os objetivos (geral e específicos) fixados na pesquisa. Todo trabalho monográfico a ser executado, parte-se de um projeto de pesquisa, elaborado em conformidade com Norma Brasileira de Regulação (NBR) nº 15287/2011 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

No Brasil, monografia passou a ser uma opção de TCC em cursos de bacharelado e de licenciaturas, no século passado, precisamente na década de 90. Atualmente, a obrigatoriedade da monografia é mais notada em matrizes curriculares de curso superior de Instituições de Educação Superior (IES), mantidas por órgãos federais, estaduais e/ou municipais.

De acordo com Henrique Medeiros (2001, p. 48):

Na monografia é suficiente a revisão bibliográfica, ou revisão da literatura. É mais um trabalho de assimilação de conteúdo, de confecção de fichamentos e, sobretudo, de reflexão. É propriamente uma pesquisa bibliográfica, o que não exclui capacidade investigativa de conclusão ou afirmação dos autores consultados.

Assim sendo, a monografia deve expressar o conhecimento aprofundado de determinada temática, que por sua vez, recortada de um assunto mais abrangente. Segundo Maracy Alves Kerscher e Sílvio Ari Kerscher (1998, p. 67), “Monografia deve ser escrita em linguagem impessoal e na terceira pessoa. Sua consistência reflete-se na convenção, ou seja, o mesmo critério usado em uma página deve ser mantido em toda a monografia.

Depreende-se, portanto, que não bastam os fundamentos teórico-epistemológicos em torno da temática para que seja desenvolvida a monografia; os procedimentos metodológicos são indispensáveis – eles são o caminho para a desnudação da problemática e o alcance dos objetivos investigativos. Para além disso, há necessidade de pleno domínio dos estilos da língua culta e dos aspectos de normalização, principalmente da Norma Brasileira de Regulação (NBR) nº 14724/2011 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Ante o exposto, apresenta-se a problemática desta pesquisa com o seguinte enunciado: como deve ser elaborada uma monografia dentro do rigor técnico-científico?

Nas Ciências Sociais Aplicadas pode-se trabalhar com hipóteses de pesquisa ou com questões norteadoras, optou-se por estas, adiante elencadas:

  • Como se deve proceder na elaboração do capítulo da introdução?
  • O que deve conter no capítulo da revisão de literatura ou referencial teórico?
  • Qual deve ser o percurso da metodologia?
  • Como trabalhar com os dados obtidos na pesquisa de campo?
  • Como redigir o capítulo da conclusão?
  • Quais são os elementos pré-textuais?
  • O que se entende por elementos pós-textuais?
  • Além da norma específica da ABNT para elaboração da monografia, quais outras devem ser observadas?
  • Quais os estilos da língua culta a serem perquiridos na redação do texto da monografia?

O objetivo geral deste artigo é evidenciar os aspectos teórico-epistemológicos, metodológicos, de normalização e dos estilos da língua culta a serem observados na elaboração de uma monografia.

Para o alcance da supramencionada propositura, objetivos específicos foram fixados, a saber:

  • Levantar informações acerca da literatura existente sobre monografia;
  • Explicitar sobre o que deve conter os capítulos – introdução, referencial teórico, metodologia, apresentação, análise e interpretação dos resultados da pesquisa de campo e da conclusão de uma monografia;
  • Explicar acerca dos elementos pré-textuais e pós-textuais da monografia; e,
  • Abordar sobre os cuidados a serem observados quanto aos estilos da língua culta, na redação do texto da monografia.

Justifica-se este estudo, na órbita científica, a possibilidade de alargamento teórico acerca da temática, podendo, assim, servir de fonte de futuras pesquisas no âmbito acadêmico.

Na vertente social, além de disseminar o conhecimento sobre monografia para iniciante na pesquisa e pesquisadores, o trabalho poderá proporcionar informações àqueles que, não estando na academia, pretendem ingressar ou retornar seus estudos, principalmente nas IES que têm a monografia como requisito obrigatório.

A motivação para a elaboração deste paper deve-se ao labor cotidiano do pesquisador enquanto orientador de monografias, artigos, dissertações e teses, desde a década de 90 do século passado, o qual se depara com dificuldades dos estudantes, principalmente na graduação, quanto ao desenvolvimento/execução da monografia.

A metodologia utilizada neste artigo tem o seguinte percurso: método dedutivo como apregoa Rosilda Arruda Ferreira (1998), o qual parte do geral para chegar-se às especificidades de um texto monográfico; tipologia quanto aos objetivos do estudo de cunho exploratório, a partir das lições de Gil (2011), na medida em que amplia o conhecimento sobre monografia; natureza de abordagem qualitativa conforme entendimento de Minayo (2008), pois incorpora valores subjetivos do pesquisador, porém, mantém a ética na investigação científica em toda sua trajetória; natureza da exposição do objeto investigativo de cunho teórico ou revisional, ancorada em fontes bibliográficas – livros e artigos em formato físico, – documentais por meio das NBR’ da ABNT e  – eletrônicas por intermédio de sites especializados e e-books.

Este artigo compõe-se de três capítulos: o primeiro, refere-se a esta introdução; o segundo, aborda-se sobre o referencial teórico, detalhando o que deve conter os capítulos de uma monografia, além de explicitar acerca dos elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais, encerrando com as orientações relativas às normas subsidiárias da ABNT na elaboração do texto monográfico bem como os estilos da língua culta a serem perquiridos; finalmente, o quarto capítulo, denominado de “considerações finais” (termo correto em artigo), faz-se uma retrospectiva dos pontos chave da revisão de literatura para, em seguida, explicita-se sobre a elucidação da problemática, sintetiza-se acerca das respostas das questões norteadoras, esclarece-se sobre o alcance dos objetivos fixados no estudo e encerra-se com o posicionamento crítico do autor.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo encontram-se os fundamentos teórico-epistemológicos, metodológico, de normalização e dos estilos da língua culta que revestem a produção de uma monografia.

Monografia na graduação e na pós-graduação lato sensu é um trabalho científico, “com rigor metodológico […]” (TOMASI; VIANA, 2008), que se destina a estudar um tema específico, a partir de um assunto mais geral, normalmente denominado de TCC, integrante de matriz curricular, facultado pelas Diretrizes Nacionais da Educação (DCN’s) para cursos graduação, e de caráter obrigatório, para cursos de especialização, conforme preconiza a Resolução CNE/CES nº 01/2007 do Ministério da Educação (MEC). Já em curso de mestrado, o trabalho científico denomina-se dissertação e, no doutorado, intitula-se tese.

Monografia de fim de curso de graduação e pós-graduação lato sensu refere-se à especificidade e à profundidade. Na graduação seleciona-se um tema entre os diversos assuntos da área (SANTOS, 2007). Por exemplo, em um curso de Ciências Contábeis, o (a) discente pode investigar os efeitos no Orçamento Público com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Em um curso de Administração, o (a) estudante pode optar por pesquisar sobre a elaboração do Plano de Cargos e Salários; no Direito, o (a) orientando (a) pode trabalhar com a Lei de Acesso a Informação (LAI). Já na pós-graduação, o interesse recairá em problematizar a especialidade do curso (KERSCHER; KERSCHER, 1998).

Segundo Antonio dos Santos (2007, p. 41):

Monografia é um texto de primeira mão, resultante de pesquisa científica e que contém a identificação, o posicionamento, o trabalho e o fechamento componentes de um tema ou problema. A monografia é um texto essencialmente analítico, em que o objeto (tema, problema) é geralmente bem delimitado em extensão (um objetivo geral, aberto em objetivos específicos logicamente interligados e sequenciados), de forma a permitir o aprofundamento do estudo.

Infere-se, portanto, que a monografia se alicerça na organização e na interpretação analítica e avaliativa de dados conforme objetivos preestabelecidos na perspectiva da resolução de uma problemática investigativa dentro de uma determinada temática.

Ainda de acordo com Santos (2007):

A matéria prima do raciocínio são os dados, que basicamente se constituem de axiomas científicos (verdades aceitas por diversas ciências), da autoridade de autores consagrados, de ilustrações, de testemunhos e até mesmo de experiências pessoal coerente do pesquisador.

Depreende-se, pois, um trabalho monográfico baseia-se em fundamentos teóricos, documentos, podendo também lastrear-se em achados empíricos.

Parafraseando Eco (2009, p. 10), “Uma monografia é a abordagem de um só tema […] Quanto mais se restringe o campo, melhor e com mais segurança se trabalha”. Esse ensinamento é de capital importância uma vez que tematizar o assunto facilita o (a) iniciante na pesquisa ou pesquisador (a) elucidar a problemática investigativa, comprovar a (s) hipótese (s) de pesquisa, ou responder as questões norteadoras, e atingir os objetivos fixados (geral e específicos).

Fábio Appolinário (2004, p. 135) traz na sua obra Dicionário de Metodologia Científica o conceito de monografia como

Qualquer trabalho escrito (científico ou não) que verse sobre um único tema. Normalmente, trata-se de um texto extenso, completo e em profundidade sobre determinado assunto. Alguns autores defendem a ideia de que monografia seja gênero de trabalho estritamente científico.

Ressalte-se que a observação ao final da citação é o contrário do que se constata na literatura sobre monografia, pois é vista na maioria dos livros como sendo de natureza estritamente científica.

De acordo com Marconi e Lakatos (2007, p. 237), monografia é:

Um estudo sobre um tema específico ou particular, com suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto não só em profundidade, mas também em todos os seus ângulos e aspectos, dependendo dos fins a que se destina.

Frisam as citadas autoras, que a característica essencial da monografia não é a extensão, como querem alguns autores, mas o caráter do trabalho, ou seja, no tratamento de um tema delimitado e a qualidade da tarefa, isto é, o nível da pesquisa, que está intimamente ligado aos objetivos propostos para a sua elaboração.

Outro aspecto relevante, afirmam Marconi e Lakatos (2007, p. 237), “A monografia implica originalmente, mas até certo ponto, uma vez que é impossível obter total novidade em um trabalho; isto é relativo, pois a ciência, sendo acumulativa, está sujeita a contínuas revisões”. Entende-se, também, por originalidade trabalhar com determinado tema sob perspectiva diferente de outra que já investigada, – a problematização do tema pode ser o diferencial investigativo, assim surge a criatividade.

2.1 Monografia: capítulo da Introdução

De acordo com Santos (2018), o capítulo da introdução é de capital importância em uma monografia. É nele que são fixados a problemática investigativa, a (s) hipótese (s) de pesquisa, ou as questões norteadoras, e os objetivos (geral e fixados).

Armando Asti Vera (1974), chama a atenção para alguns equívocos que devem ser evitados no capítulo da Introdução, a saber:

1º) As introduções grandiloquentes, ambiciosas, onde se incluem intermináveis discursos, considerações marginais e lugares-comuns, como o de afirmar que o tema escolhido é ‘complexo, interessante e discutido’. É evidente que, se o tema não tivesse de algum modo tais qualidades, não valeria a pena ocupar-se com ele.

2º) Introdução histórica que remete a questão a seus antecedentes remotos e se demora em sua descrição e análise. Por exemplo, um tema de semântica (lógica) contemporânea não pode começar por uma introdução que examine o problema da origem da linguagem (problema, por parte, sem solução científica), que pode retroceder até a cova de Altamira e ainda antes.

3º) A introdução exemplificadora, onde se formulam exemplos ilustrativo do tema. Às vezes, em medicina, incorre-se neste erro, incluindo casos desde a própria introdução.

4º) Introdução-solução, na qual já enunciam os resultados da pesquisa, com o que se comete um duplo erro: psicológico, porque priva o leitor do interesse de achar por si mesmo essa solução (seguindo-a através do desenvolvimento, pouco sentido tem o desenvolvimento e a argumentação).

A introdução não é preâmbulo que se deve desenvolver de qualquer maneira. O capítulo deve ser redigido com clareza, concisão, coesão e objetividade, sem itemização (subdivisão). O texto, contendo parágrafos curtos, deve trazer em primeiro lugar a visão panorâmica da temática, com pouquíssimas citações, pois estas, em maior escala, estarão no referencial teórico, seguidas de comentários e inferências do iniciante na pesquisa ou do pesquisador.

Logo após entra-se com a problemática investigativa, começando com sua contextualização/delimitação e finalizando com o enunciado do problema – a pergunta chave, preferencialmente destacada em negrito.

Continuando o texto, insere-se a (s) hipótese (s) de pesquisa (provável (eis) solução para o problema ou, por opção do autor, apresenta-se as questões norteadoras (derivativas) da indagação central (enunciado do problema), que serão respondidas ao longo do referencial teórico e, se a pesquisa for de natureza teórico-empírica, possivelmente serão complementadas com os achados empíricos.

Prosseguindo a redação coloca-se o objetivo geral do estudo, iniciando com o verbo no infinitivo (BLOOM et al., 1983), seguido dos objetivos específicos (passos encadeados para o alcance do objetivo geral), também iniciando com o verbo no infinitivo. Cada objetivo (geral e específico) é único – apenas uma ação.

Avançando-se no texto é a vez de inserir a justificativa do trabalho nas três perspectivas: científica, social e pessoal. De acordo com Beuren et al. (2009), nessa seção, o autor discorre de forma breve, mas completa, sobre a relevância, exequibilidade, oportunidade e adaptabilidade do estudo. Por relevância entende-se a importância científica do tema. A exequibilidade relaciona-se com a bibliografia mínima disponível, na língua de domínio do pesquisador, para a execução do trabalho e o tempo do autor para realiza-lo. A oportunidade refere-se à atualidade da temática e às condições propícias para sua investigação naquele momento. A adaptabilidade vincula-se considerar o conhecimento teórico e/ou empírico do pesquisador. Para além disso, acrescenta-se a importância da abordagem do tema sob a ótica da inovação e da originalidade.

A justificativa científica, portanto, relaciona-se à provável contribuição do estudo para o alargamento do conhecimento sobre a temática investigativa, podendo servir de fonte de pesquisa para futuros trabalhos (SANTOS, 2019).

Socialmente, justifica-se um estudo científico pela provável contribuição aos profissionais de determinada área do saber, às instituições públicas, organizações privadas ou entidades do terceiro, podendo, também, contribuir com os cidadãos de determinada sociedade como um todo.

A motivação para a execução de uma pesquisa, ou justificativa pessoal, é o porquê do estudo – em um parágrafo curto, o iniciante na pesquisa ou pesquisador explicita as razões que lavaram a investigar a temática sob determinada situação-problema.

Chega-se, então, ao final do texto da introdução, com uma síntese capitular da monografia, anunciando sinopticamente a composição do trabalho.

2.2 Monografia – capítulo do Referencial Teórico ou Revisão de Literatura

Este capítulo refere-se à essência, a fundamentação lógica do trabalho de pesquisa, seja literário, histórico, filosófico, artístico ou científico, cuja finalidade é expor ou demonstrar (ASTI VERA, 1974).

Ainda de acordo com o citado autor “Podemos considerar três fases ou estágio do desenvolvimento de uma monografia (trabalho, artigo, dissertação, tese etc.: a explicação; b) a discussão; e, a demonstração” (1974, p. 169).

Segundo Alda de Freitas Maneti Dencker (2000, p. 248):

Exposição é o processo através do qual são descritos os fatos ou apresentadas as ideias; argumentação – defende-se a validade das ideias dos argumentos, ou seja, do raciocínio lógico, da evidência racional dos fatos, de maneira ordenada classificando-os e hierarquizando-os; discussão – consiste b na comparação das ideias; refutam-se ou confirmam-se os argumentos apresentados, mediante um exercício de interpretação dos fatos e ideias demonstradas.

Parafraseando Tachizawa e Mendes (2003), na fundamentação teórica são abordados os conceitos extraídos da bibliografia pesquisada, por meio de livros, artigos, anais de eventos técnico-científicos, enciclopédias, legislações, documentos oficiais e não oficiais, entre outras espécies, para que o pesquisador possa refletir, de forma lógica e coerente, a articulação conceitual e teórica aplicada a solução-problema.

Entende-se, assim, que o referencial teórico é a base fundante capaz de elucidar a problemática investigativa, comprovar as hipóteses fixadas enquanto prováveis solução ao problema levantado ou, dependendo da opção do pesquisador, responder as questões norteadoras estabelecidas e alcançar os objetivos (geral e específicos) apresentados no capítulo da introdução, tudo dentro da lógica interpretativa, em que os teóricos/expoentes da área da temática investigativa são trazidos ao texto, por meio de citações (diretas, indiretas, citações de citações), com os respectivos comentários e inferências do pesquisador, estabelecendo, assim, a relação dialógica (teórico/expoente e pesquisador) rumo a desnudação de um fenômeno, fato ou ocorrência.

Frise-se, porém, que a revisão de literatura ou referencial teórico deve iniciar-se com o mapa ou esquema conceitual seguido de seções por categoria temática, sempre começando com as mais gerais às mais específicas, de forma a cobrir todos os pressupostos investigativos.

2.3 Monografia: capítulo da Metodologia

A metodologia é a ciência compreendida por meio da sistematização dos processos a serem desenvolvidos no decorrer do estudo e/ou pesquisa acadêmica para gerar conhecimento (GERHARDT; SILVEIRA, 2009). Metodologia é o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade. Minayo (2008, p. 14) entende que a “metodologia inclui simultaneamente a teoria da abordagem (o método), os instrumentos de operacionalização do conhecimento (as técnicas) e a criatividade do pesquisador (sua experiência, sua capacidade pessoal e sua sensibilidade).

Conforme Santos (2007), metodologia é o conjunto de métodos, técnicas e procedimentos para elucidação de um fenômeno, fato ou ocorrência. O gênero “metodologia” é composto de várias espécies em uma pesquisa científica – o método a ser utilizado, a tipologia quanto aos objetivos do estudo a ser empreendida, a natureza de abordagem a ser usada, o tipo de exposição do objeto investigativo a ser perquirido, as fontes de pesquisa utilizadas, o universo, a amostra, o critério amostral, as técnicas de coleta de dados e as estratégias de interpretação dos resultados da pesquisa empírica.

Normalmente, o capítulo da metodologia sucede ao referencial teórico, entretanto, alguns autores, quando a pesquisa é apenas revisional ou de natureza teórica, insere o conteúdo metodológico no capítulo da introdução, logo depois da justificativa do estudo. A seguir, tem-se o detalhamento dos componentes da metodologia constantes de uma monografia.

2.3.1 Método

A primeira seção secundária do capítulo da metodologia de uma monografia destina-se à explicitação do método utilizado na pesquisa. Dentre os métodos científicos, tem-se: dedutivo; indutivo; hipotético-dedutivo; dialético; fenomenológico; estudo de caso, histórico, comparativo etc. Para além de indicar o método, o iniciante na pesquisa ou pesquisador deve trazer para o texto citação de uma autoridade científica na área de metodologia (teórico/expoente), estabelecendo o link entre a aplicabilidade do método e o caso concreto (situação-problema), como ensina Santos (2018).

2.3.2 Tipologia quanto aos objetivos do estudo

Parafraseando Gil (2011), existem três tipologias: exploratória; descritiva e explicativa. De acordo com SANTOS (2018) é possível a combinação das tipologias exploratória e descritiva.

A exploratória tem o fulcro de propiciar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito, por meio de levantamento bibliográfico, buscando exemplos que estimule a compreensão e até mesmo pesquisa de campo por meio intermédio de formulário, questionário, entrevista e/ou observação.

A descritiva tem o propósito de descrever as características de determinada população, identificar possíveis relações entre as variáveis, estudar as características de um grupo – sexo/gênero, distribuição por idade, procedência, faixa salarial, nível de escolaridade, religião, estado civil, levantamento de opinião, atitudes, preferência político-partidária etc.

A explicativa tem a finalidade de identificar fatores que determinam ou contribuem para ocorrência de fenômenos, segundo GIL (2010), estas são as que mais aprofundam o conhecimento da realidade, pois visam a explicar a razão, o porquê das coisas. Nas ciências sociais, a aplicação desta tipologia reveste-se de muitas dificuldades, razão pela qual se recorre também a outros métodos, sobretudo ao observacional, revestem-se de elevado grau de controle, chegando mesmo a ser chamada de “quase experimental”.

Para além de indicar a tipologia, o iniciante na pesquisa ou pesquisador, neste item, deve ancorar sua opção por meio de citação de expoente/teórico da área, visando o estabelecimento da relação dialógica entre o que diz a autoridade científica e a situação concreta – o problema investigativo – que está explorando.

2.3.3 Natureza de abordagem

Existem três tipos de abordagem: quantitativa; qualitativa e mista, ou seja, quali-quanti. Na pesquisa quantitativa a preocupação do pesquisador volta-se para a medição da informação mediante recursos estatísticos – números absolutos e relativos, a partir de gráficos, tabelas etc., enquanto que na pesquisa qualitativa o que se quer é a qualidade da informação por meio da lógica interpretativa. Neste caso, entra-se com o aspecto da subjetividade do pesquisador, entretanto, mantendo sempre a ética na pesquisa. A investigação de abordagem quali-quanti é aquela em que tanto se recorre aos métodos estatísticos quanto à lógica interpretativa, por exemplo, em uma pergunta em que existem três alternativas – “sim”, “não” e “em parte”, o respondente além de assinalar uma das três opções deverá, também, justificar sua escolha.

De acordo com Minayo (2008, p. 21):

A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se ocupa, nas Ciências Sociais, com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. Esse conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui como parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilhada com seus semelhantes.

2.3.4 Natureza da exposição do objeto investigativo

Recorrendo-se à literatura existente sobre metodologia da pesquisa existem três possibilidades de expor um objeto investigativo – teórica, ou revisional; teórico-documental; e, teórico-empírica. A pesquisa revisional vale-se somente do arcabouço teórico existente sobre determinada temática e solução-problema, sem recorrer à prática. A teórico-documental, além do lastro teórico, serve-se, também, de informações/dados existentes em documentos oficiais e/ou de entidades privadas. Já a pesquisa teórico-empírica invoca-se a âncora teórica e busca-se por intermédio de formulário, questionário, entrevista e/ou observação a opinião/percepção de respondentes/pesquisados acerca do objeto investigativo (SANTOS, 2018).

2.3.5 Fontes de pesquisa

De acordo com Edivaldo M. Boaventura (2007), as fontes de pesquisa são classificadas em três categorias – bibliográficas, documentais e eletrônicas.

2.3.5.1 Bibliográficas

Bibliográficas são as fontes em formato físico, a exemplo de livros, enciclopédias, anais de eventos técnico-científicos, periódicos, monografias, dissertações e teses.

2.3.5.2 Documentais

Fontes documentais são informações/dados de que se vale o pesquisador, a exemplo de: boletins de ocorrências; demonstrações contábeis, publicadas em jornais; diários oficiais (nas três esferas – federal, estadual, municipal); constituições; leis; decretos; portarias; súmulas; acórdãos; convenções; estatutos; regulamentos; regimentos; relatórios de auditorias; laudos periciais; certidões; normas; pareceres; iconografias entre outros.

2.3.5.3 Eletrônicas

Graças ao avanço das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), o pesquisador conta atualmente com um conjunto de dados virtuais para suas investigações em vários formatos, desde sítios eletrônicos a e-books, inclusive videoconferências. Acresce-se a este leque, livros, artigos, monografias, dissertações, entre outros, em formato digital.

2.3.6 Universo

Conforme Sílvio Luiz de Oliveira (1999), Universo ou população é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum, sendo n o número total de elementos do universo ou população, que pode ser representado pela letra X, tal que XN = X1; X2;…XN.

O universo ou população de uma investigação depende do assunto a ser pesquisado. Em uma pesquisa sobre o desempenho docente de determinado curso de uma Faculdade, o universo é representando pela totalidade dos docentes da instituição de ensino. Já em uma pesquisa sobre a mortalidade precoce de microempresas do subúrbio ferroviário de Salvador, o universo é representado por todas as microempresas daquele subúrbio.

2.3.7 Amostra

Amostra é uma porção ou parcela, convenientemente selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo. Sendo N o número de elementos da amostra, esta pode ser representada pela letra latina minúscula x, tal que xn = x1; x2;…xn onde xn < XN  e n menor ou igual N.

A amostra, porção ou parcela do universo, que realmente será submetida à verificação, é obtida ou determinada por uma técnica específica de amostragem. Na pesquisa sobre o “Desempenho Docente do Curso de Administração”, a amostra ou parcela deste universo poderá recair a um percentual mínimo de 20% (como apregoam os estatísticos). De igual modo, a parcela mínima representativa da mortalidade precoce de microempresas do subúrbio ferroviário de Salvador poderá recair em 20% daquele universo.

2.3.8 Critério amostral

De acordo com a literatura da área de metodologia da pesquisa científica e da estatística, existem duas divisões de critérios amostral: o probabilístico e o não probabilístico.

O critério probabilístico estratificado, segundo Selltiz (1970), é um tipo de atividade na qual a amostra passa a ser planejada com o objetivo de que um determinado número de itens do universo seja escolhido em cada estrato, ou seja, é subdividido em grupos (estratos), mas que em um conjunto inclui todos os itens do universo.  Esse critério oferece a vantagem de conduzir a pesquisa a estimativas mais corretas do que as obtidas por outros métodos. Festinger e Kaltz (1974), estabelecem que a base para a construção dos estratos são os dados particulares de cada pessoa, tais como: idade, sexo, etnia, nacionalidade, profissão, renda, grau de instrução, nível socioeconômico, dentre outros. Embora a Estratificação deva ser adaptada a cada tipo de pesquisa, deverá possuir todos os elementos representativos de forma mais homogênea.

O critério não probabilístico é aquele que inclui em uma pesquisa variedade expressiva de técnicas, propiciando ao pesquisador a escolha de um determinado elemento do universo. Entende-se por amostragem não probabilística a possibilidade de se extrair um elemento do universo de forma totalmente aleatória e não especificada. Segundo Body e Wesltfall (1979), a amostragem não probabilística pode abranger o critério de conveniência, tal como a entrevista de uma pessoa na rua. Porém esse tipo de critério deve ser justificado, por exemplo, pela disponibilidade e acessibilidade dos respondentes.

A amostragem não probabilística por julgamento é quando o pesquisador considera ser um estrato melhor da amostra para o estudo e desenvolvimento da pesquisa. Pode ser bastante útil quando o objetivo é saber a opinião sobre um produto em termos técnicos ou meramente em termos de consumo, com relação ao seu lançamento no mercado. No aspecto técnico, quando se deseja obter a informação de um especialista. Por exemplo, uma entrevista com o presidente do Tribunal de Contas de determinado Estado em relação à “Desaprovação de Contas de Órgãos Públicos”. No caso do consumidor, este poderá determinar aleatoriamente donas de casa numa determinada área geográfica que servirá de seleção para a definição da amostra.

2.3.9 Técnicas de Coleta de Dados

De acordo com Luiz Carlos dos Santos (2018), várias são as técnicas de coleta de dados que o pesquisador tem ao seu dispor para colher opinião/percepção de pesquisados/respondentes, entre elas destacam-se: formulário; questionário; entrevista; e, observação. Para escolher, o pesquisador deverá analisar as vantagens e desvantagens de cada instrumento/técnica, levando em consideração: o problema investigativo; as hipóteses de pesquisa, ou questões norteadoras, e os objetivos (geral e específicos). É possível trabalhar com os quatro instrumentos mencionados, dependendo da temática e da situação-problema. Para aplicar as técnicas torna-se imprescindível a autorização do pesquisado/entrevistado, mediante Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Sempre que possível, é importante submeter o projeto de investigação ao Comitê de Pesquisa da IES ou de outro Órgão de pesquisa, a fim de se obter o Parecer.

O formulário é um instrumento bastante democrático, pois o pesquisador pode aplicá-lo em públicos diferenciados – alfabetizados, semialfabetizados e analfabetos. É uma técnica em que pesquisador e pesquisado encontram-se face a face para obtenção de informações/dados sobre determinada temática para possível elucidação de um fato, acontecimento ou ocorrência. A presença do pesquisador pode ser útil para explicar os objetivos da pesquisa e esclarecer o significado das perguntas, porém, a técnica apresenta também desvantagens, a exemplo de – menos liberdade nas respostas em função da presença do pesquisador, mais demorado por ser aplicado a uma pessoa por vez, insegurança por falta de anonimato. Podem constar no instrumento perguntas fechadas, abertas e/ou mistas. A aplicação do instrumento deve ser antecedida de pré-testagem com o fulcro de aperfeiçoá-lo.

O questionário é uma técnica bastante utilizada em pesquisa empírica, porque pode abranger um universo amplo de respondentes, cujo envio e retorno do instrumento se operacionalizam por frete postal e e-mails. Para além dessa vantagem, há – economia de custos/despesas, pessoas e tempo; menos risco de distorção por não necessitar de um questionador. Enquanto desvantagens, o instrumento apresenta – dependência na devolução do resultado; percentual expressivo de falta do retorno; ausência de formas de auxílio ao informante; e, não pode ser aplicado aos semialfabetizados e analfabetos. Da mesma forma que o formulário, podem haver perguntas fechadas, abertas e mistas. Sugere-se, também, que sua aplicação seja antecedida de pré-testagem como apregoam Marconi e Lakatos (2007).

A entrevista é uma técnica de coleta de dados que se define por um diálogo entre dois lados: um deles está em busca da informação/dado – o entrevistador; enquanto que o outro, a detém – o entrevistado. Ao entrevistador cabe a responsabilidade de obter as informações por meio de perguntas que serão direcionadas a um ou mais pessoas. A técnica é parecida com o formulário porque é um encontro face a face, porém, na entrevista existe a possibilidade da utilização de outros recursos (gravador, filmadora etc.).

São vários os tipos de entrevista – estruturada, semiestruturada e não estruturada.  Além da necessidade dos referidos recursos, existe a desvantagem da retenção de informações/dados. Santos (2018), tendo em vista a necessidade de recursos/equipamentos, recomenda que esse instrumento seja aplicado a público especializado em determinada temática, por exemplo – ao presidente do Conselho Regional de Contabilidade para a obtenção de informações/dados relativos à classe contábil; ao presidente da Federação das Indústrias quando a pesquisa requerer informações/dados do segmento industrial; ao superintendente regional do SEBRAE quando a investigação científica necessitar de informações/dados relativos à mortalidade precoce das micro e pequenas empresas etc.

Ou seja, ainda dentro da temática supramencionada, opte-se por aplicar o roteiro de entrevista à representante de determinada categoria/classe/órgão/entidade para obter as informações/dados, uma vez que a técnica requer equipamentos/materiais, utilizando-se, por exemplo, de outro instrumento/técnica para um público alvo maior – formulário para obter a percepção dos micro e pequenos empresários; questionário a ser aplicado aos contadores – responsáveis pelas escritas fiscais e contábeis dessas micro e pequenas empresas. O Roteiro de Entrevista deve conter, preferencialmente, perguntas abertas, pois a técnica tem caráter qualitativo.

O instrumento da observação, segundo Santos (1998), “Para que uma observação seja considerada científica, deve preencher determinadas condições, como: ter um objeto perfeitamente definido, ser planejada e registrada sistematicamente. Estas observações devem ser comprovadas quanto a sua validez e confiabilidade”.

São vários tipos de observação em uma pesquisa científica, a saber: assistemática; sistemática; não-participante; participante; individual; por equipe; vida real; em laboratório. Alguns as características devem ser observadas, entre elas destacam-se: precisa de um observador, geralmente treinado; relatada como foi vista, sem interferência das ideias de que viu; o observador utiliza audição, visão e julga fatos relatados e vistos mais friamente possível (tentativa de parcialidade); o observador deve estudar o local a ser analisado para determinar quais fatores serão registrados, por meio do “Guia de Observação”.

A técnica é essencialmente qualitativa, trazendo em si uma carga de subjetividade. As principais vantagens são: possibilita meios diretos e satisfatórios para estudar uma ampla variedade de fenômenos, fatos e ocorrências; permite a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais; depende menos da introspecção ou da reflexão; permite a evidência de dados não constantes do “Roteiro de Entrevista” ou do “Questionário”. Enquanto desvantagens, destacam-se: o observado tende a criar impressões favoráveis os desfavoráveis no observador; a ocorrência espontânea não pode ser prevista, o que impede, muitas vezes, o observador de presenciar o fato; a duração dos acontecimentos é variável – pode ser rápida ou demorada e os fatos podem ocorrer simultaneamente.

2.3.10 Tabulação e Tratamento dos Dados

A tabulação refere-se a contagem das respostas. Com o avanço das TIC é possível concluir essa etapa de tabulação cada vez mais rápida, utilizando, por exemplo o aplicativo Excel. O tratamento dos dados visando sua análise e, em seguida, a interpretação dos resultados de uma pesquisa de natureza teórico-empírica, opera-se sob duas perspectivas: quantitativa e qualitativa. A quantitativa recorre-se a aplicação de métodos estatísticos, a fim de evidenciar os valores absolutos, relativos, média aritmética, mediana, moda, desvio padrão, correlação, entre outros. A qualitativa vale-se de estratégias de interpretação, a exemplo de: análise de conteúdo; análise do discurso; análise de narrativa; e, análise de conversa.

Santos (2019) recomenda aos iniciantes na pesquisa (graduação), a aplicação da lógica interpretativa na análise dos dados qualitativos, oriundos das perguntas abertas ou de questões fechadas que exigem a justificativa da opção. Para tanto, o estudante deverá elaborar um quadro, contendo três colunas: na primeira insere-se todas as questões abertas; na segunda, subdivide-se cada pergunta por grupo de respostas semelhantes, enumerando-as por código (1, 3 e 5; 6, 9 e 10; 2 e 4; 7 e 8) para manter o anonimato dos respondentes; na terceira, para cada grupo de respostas semelhantes, coloca-se a síntese das respostas. Ao final do quadro elabora-se a análise e a intepretação dos resultados no seu conjunto. Isso porque, na graduação é praticamente impossível que o alunado tenha domínio das estratégias referidas no parágrafo precedente.

 2.4 Monografia: capítulo da Apresentação, Análise e Interpretação dos Resultados

Este capítulo destina-se a apresentação, análise e interpretação dos resultados colhidos na pesquisa de campo. Depois de tabulados e tratados, os dados devem ser apresentados sob a forma de gráficos, tabelas, quadros ou outras representações gráficas.

Os dados decorrentes das questões fechadas (ou seja, de ordem quantitativa) são representados por gráficos e/ou tabelas, enquanto que as questões abertas ou justificativa de alternativa fechadas (de cunho qualitativo) são representados por quadro. Em primeiro lugar são anunciadas as representações gráficas quantitativas, de forma individual. Os títulos das representações (sexo/gênero, faixa etária, estado civil, faixa de remuneração, nível de escolaridade etc.) devem ficar em caixa alta/baixa, centralizados, com destaque em negrito. Logo após a colocação do título da representação gráfica, o iniciante na pesquisa ou o pesquisador deverá inserir o gráfico ou tabela, colocando no rodapé da ilustração, à esquerda, o termo “Fonte”, com destaque em negrito e tamanho de fonte menor que 10, seguido do último sobrenome do autor e o ano dentro de parênteses, a exemple de – Fonte: Santos (2020).

Inserida a ilustração, o pesquisador entra com a análise e interpretação da representação gráfica, sempre na ordem: anunciação da ilustração; assentamento do gráfico ou tabela; e, a análise de interpretação do resultado contido na ilustração. Tecnicamente não se recomenda análise e interpretação de uma representação gráfica antes do assentamento da ilustração.

Ressalte-se que se a pesquisa utilizou, por exemplo, as quatro técnicas, primeiro analisa-se o formulário e, respectivamente, questionário, entrevista e observação. Questões fechadas de cada instrumento (gráficos e/ou tabelas), em um primeiro momento, seguida das questões abertas (em quadro), lembrando-se que os resultados da entrevista e da observação, normalmente geram quadros, porque são instrumentos de ordem qualitativa/subjetiva.

2.5 Monografia: capítulo da Conclusão

Capítulo de capital importância em uma monografia. Nele, segundo Santos (2019), inicia-se com a retrospectiva dos pontos chaves de cada seção do “Referencial Teórico”, seguida da retrospecção dos pontos relevantes do capítulo da “Apresentação, Análise e Interpretação dos Resultados” (a parte empírica), utilizando-se o verbo no passado, com a partícula apassivadora “se”, a exemplo de: verificou-se…; observou-se…; constatou-se…; detectou-se; averiguou-se etc.

Depois do mencionado passeio retrospectivo, o iniciante na pesquisa ou pesquisador apresenta sínteses relativas à: elucidação da problemática (o porquê da desnudação do problema); comprovação ou refutação das hipóteses de pesquisa, ou respostas das questões norteadoras; e, evidenciação do alcance dos objetivos (geral e específicos). No capítulo da introdução esses elementos foram fixados/estabelecidos; na conclusão cabe, sinopticamente, deixar claro para os examinadores e aos leitores que tais elementos foram elucidados/comprovados/alcançados. Neste momento, existindo questões norteadoras não respondidas e alguns dos objetivos específicos não alcançados, convém, necessariamente, explicar as razões.

Prosseguindo-se com a redação deste capítulo, o iniciante na pesquisa ou pesquisador posiciona-se frente à temática, deixando o seu ponto de vista no sentido macro para finalizar sua produção com recomendações/sugestões, se for o caso.

2.6 Elementos pré-textuais

Conforme o esquema 1 do item 4 da NBR 14724/2011 da ABNT, em plena vigência, os elementos pré-textuais de uma monografia, são os que se seguem: capa (obrigatório); lombada (opcional); folha de rosto (obrigatório); errata (opcional); folha de aprovação (obrigatório); dedicatória (opcional); agradecimentos (opcionais); epígrafe (opcional); resumo na língua vernácula (obrigatório); resumo em língua estrangeira (obrigatório); lista de ilustrações (opcional); lista de tabelas (opcional); lista de abreviaturas e siglas (opcional); e, sumário (obrigatório).

Na elaboração dos agradecimentos, coloca-se o título “AGRADECIMENTOS” de forma centralizada com destaque em negrito. Aconselha-se elaborar a referida lista obedecendo a ordem de prioridade das pessoas que contribuíram na elaboração da monografia – das que mais colaboraram seguidas das que contribuíram em menor escala.

No que concerne à epígrafe, elemento opcional, sugere-se que a citação esteja vinculada a expoente/teórico da área da temática da monografia.

Para cada elemento, a supramencionada NBR traz o seu detalhamento e explicitação. Enfatize-se que o “Resumo”, cujo texto deverá ter a extensão entre 150 e 500 palavras, despreza-se da contagem os artigos, preposições e conjunções, e nas palavras compostas conta-se apenas uma. De acordo com a boa técnica, o texto do resumo deve ser composto de uma sequência de frases concisas, afirmativas e não de enumeração de tópicos. Recomenda-se o uso de parágrafo único, iniciando-se com a temática da monografia, seguido do objetivo geral do estudo (o mesmo constante da introdução), logo depois insere-se uma breve síntese da metodologia utilizada, dando continuidade coloca-se a síntese dos resultados alcançados (apenas a essência), encerrando com a sinopse da conclusão (também sinteticamente).

Com relação à lista de ilustrações, sugere-se separar por categoria (figuras, gráficos, quadros etc.). A numeração deve ser crescente dentro de cada categoria, seguida do título da ilustração, separado da numeração arábica por um hífen e, no limite da margem direita, coloca-se o indicativo da página (lauda do texto monográfico onde localiza-se a ilustração).

2.7 Elementos pós-textuais

De acordo com a NBR 14724/2011 da ABNT, constituem-se elementos pós-textuais de uma monografia, o que se segue: referências (obrigatório); glossário (opcional); apêndice (opcional); anexo (opcional); e, índice (opcional).

O título “referências” deve ficar em caixa alta, centralizado e com destaque em negrito, conforme apregoa o item 5.2.3 da NBR supramencionada.

As fontes de pesquisa citadas e consultadas devem obedecer a ordem alfabética do último sobrenome dos autores das obras (pessoas físicas ou jurídicas), alinhadas somente à esquerda, tudo em conformidade com a NBR 6023/2018 da ABNT. Lembre-se que os termos “Filho”, “Júnior”, “Neto”, “Sobrinho”, “Bisneto” etc., acompanham o último sobrenome do autor da obra.

A partir de 2018, toda fonte de pesquisa categorizada como monografia, dissertação e tese deve constar o nome do orientador do graduando ou pós-graduando.

Apesar de ser considerado elemento opcional pela NBR imediatamente citada, quando a pesquisa for de ordem teórico-empírica, o (s) apêndice (s) deve (m) acompanhar o texto monográfico. Trata-se de dar transparência aos leitores, das questões que figuraram nos instrumentos/técnicas de coleta de dados (formulário, questionário, roteiro de entrevista e/ou guia de observação).

Em relação ao elemento opcional “índice”, praticamente está em desuso, raramente encontra-se monografia acompanhada deste mencionado elemento, todavia, a NBR 6034/2004 da ABNT disciplina a sua elaboração.

2.8 Aspectos normativos

Cabe ao autor de uma monografia observar os aspectos de normalização que disciplinam a construção do texto monográfico. Neste sentido, a NBR 14724/2011 da ABNT constitui-se no marco legal, o qual estabelece os elementos constitutivos -pré-textuais, textuais e pós-textuais já esboçados neste estudo.

A mencionada norma também trata das questões sobre: tipo de letra (times new roman ou arial); formato do papel (A4); margens (superior 3 cm; inferior 2 cm; esquerda 3 cm; direita 2 cm); tamanho de fonte 12 (para todo o texto, inclusive capa) e 11 ou 10, para citações com mais de três linhas, notas de rodapé, paginação, legenda e fontes de ilustrações e das tabelas; espaçamento de 1,5 cm entre as linhas e entre os parágrafos; espaçamento simples (1,0) para as citações, ementa da folha de rosto, referências, legendas das ilustrações e das tabelas; como paginar (conta-se a partir da folha de rosto, porém somente começa registrar a página no capítulo da introdução, devendo ficar no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior, ficando o último algarismo a 2 cm da borda direita da folha, dentre outros.

Para além da mencionada norma, o iniciante na pesquisa ou pesquisador deve atentar-se para outras, a saber: na elaboração do resumo, a NBR a ser observada é a 6028/2003; no que se refere à construção do sumário, tem-se a NBR 6027, combinada com a NBR 6024/2012; nas seções progressivas da monografia, a NBR 6024/2012 define a sua padronização; quanto a forma de citar, existe a NBR 10520/2002 que trata das citações – direta (até 3 e mais de três linhas), citação indireta e citação de citação; e, finalmente, a NBR 6023/2018, concernente às referências, conforme comentário já esboçado.

Frise-se, também, que cabe às IES (Escolas/Faculdades/Institutos, Centros Universitários e Universidades) normatizarem o trabalho monográfico naquilo que as normas da ABNT não adentraram, por meio de regulamento, nota técnica entre outros congêneres.

2.9 Estilos da língua culta

Escrever bem uma monografia é condição imprescindível do iniciante na pesquisa ou pesquisador. O texto deverá ser conciso, claro, coeso e objetivo – deve-se ir direto ao assunto, significa eliminar termos desnecessários, sem ambiguidades, sem dupla interpretação, com vocabulário adequado, unidade formal e semântica.

Recomenda-se o uso do verbo na voz ativa (o sujeito é quem pratica a ação, tornando-se agente) e na terceira pessoal do singular (o impessoal).

Deve-se evitar ao máximo o uso do termo “através”, substituindo-se por “mediante”, “por meio de”, “por intermédio de” etc.

Os parágrafos devem ser curtos – cada parágrafo deve apresentar apenas uma ideia-núcleo, apresentada a ideia central, desenvolve-se as ideias secundárias, que logicamente devem dialogar com a ideia principal; percebendo-se que está mudando de assunto, inicia-se um novo parágrafo e assim, sucessivamente.

Aconselha-se ter cuidado com o termo “que”, pois, este pode assumir vários significados, além do fato de sua repetição excessiva em um parágrafo tornar-se algo enfadonho, pode-se na medida do possível, substituir “por qual”, “a qual”, “os quais”, “as quais”, “cujo”, “cuja” etc.

Outros cuidados devem ser tomados, a exemplo de: erros ortográficos; lapsos de concordância nominal e verbal; falta de virgulação; colocação de ponto quando o correto seria vírgula; falta de crase; falta de acentuação, entre outros.

Sugere-se ao iniciante na pesquisa ou até mesmo ao pesquisador experiente, que encaminhe o texto monográfico, depois de concluído, a um especialista revisor, pois a depender dos componentes da Banca Examinadora, os equívocos/lapsos/erros gramaticais cometidos podem ser publicizados quando da defesa.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ocupou-se este artigo em trazer à baila como elaborar uma monografia: aspectos teórico-epistemológicos, metodológicos, de normalização e da língua culta. Enquanto pontos chaves do referencial teórico, verificou-se que o termo monografia aplica-se na graduação e na pós-graduação lato sensu (especialização e MBA). Em curso de nível superior, o componente curricular é oferecido no final da graduação, antecedido da disciplina projeto de pesquisa, em IES que adotam a monografia como elemento obrigatório. Nos cursos de especialização, monografia é requisito obrigatório de acordo com a Resolução CNE/CES nº 01/2007 do MEC.

Observou-se que o capítulo da introdução contempla visão panorâmica da temática, a problemática da investigação, as hipóteses de pesquisa, ou questões norteadoras, os objetivos do estudo, a justificativa do trabalho e a síntese capitular.

Constatou-se que o capítulo do referencial teórico, subdividido em seções acerca do tema, constitui-se de bases fundantes, capazes de elucidar o problema investigativo, comprovar as hipóteses de pesquisa, responder as questões norteadoras (caso sejam estas a opção do pesquisador) e alcançar os objetivos do trabalho.

Averiguou-se que o capítulo da metodologia não se restringe a uma mera menção de levantamento de bibliográfico, mas, sim, um complexo que inclui: método utilizado; tipologia quanto aos objetivos; natureza de abordagem; natureza da exposição do objeto investigativo; fontes de pesquisa e, se a investigação for de natureza teórica-empírica, acrescenta-se – universo, amostra, critério amostral, técnicas de coleta de dados, tabulação e tratamento dos dados.

Detectou-se que o capítulo da apresentação, análise e interpretação dos resultados, na monografia de natureza teórico-empírica, encarrega-se de esboçar as representações gráficas, decorrentes da coleta de dados, seguidas da análise e inferências do pesquisador.

Depurou-se que o capítulo da conclusão volta-se para sintetizar retrospectivamente o cerne de cada seção do referencial teórico para, em seguida, esclarecer como se chegou: à desnudação da problemática investigativa; à comprovação ou refutação das hipóteses de pesquisa; ao alcance dos objetivos do estudo; e, completando-se com o posicionamento crítico do autor/pesquisador frente à temática e, as consequentes recomendações/sugestões para futuros trabalhos que tangenciem a solução-problema.

Para além dos requisitos textuais, observou-se que o relatório monográfico deve atender ao que preceituam as NBR’s da ABNT, tanto a específica (14724/2011) quantos as complementares (6028/2003, 6027/2012, 6024/2012, 6023/2018, 1-0520/2002), bem como as normativas de cada IES sobre monografia, desde que não conflitem com as normas da ABNT.

Verificou-se, ainda, que o texto monográfico deve ser redigido em consonância com os estilos da língua culta, tais como: concisão; clareza; coesão; objetividade; ortografia; concordância (verbal e nominal), acentuação, virgulação, entre outros.

Quanto ao disposto no início deste artigo, entende-se que: a situação-problema foi elucidada na medida em que explicitou-se como se deve elaborar uma monografia; as questões norteadoras foram respondidas, tendo em vista que detalhou-se as especificidades de cada capítulo integrante de uma monografia, inclusive adentrando-se aos requisitos pré-textuais e pós-textuais, bem assim esclarecendo-se quanto à necessidade da obediência aos estilos da língua culta; e, consequentemente, entende-se que os objetivos do estudo foram alcançados.

Portanto, finaliza-se este artigo ressaltando a importância da monografia enquanto Trabalho de Conclusão de Curso porque instiga o estudante à iniciação científica, a saber como se produz conhecimento na academia.

REFERÊNCIAS

 APPOLINÁRIO, Fábio. Dicionário de metodologia científica: um guia para a produção do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023 – informação e documentação – referências – elaboração. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.

______. NBR 6027 – informação e documentação – sumário – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.

______. NBR 6024 – informação e documentação – numeração progressiva das seções de um documento – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.

______. NBR 6023 – informação e documentação – referências – elaboração. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.

______. NBR 15287 – informação e documentação – projeto de pesquisa – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.

______. NBR 14724 – informação e documentação – trabalhos acadêmicos – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.

______. NBR 6028 – informação e documentação – resumo – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.

______. NBR 10520 – informação e documentação – citações – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

ASTI VERA, Armando. Metodologia da pesquisa científica. Porto Alegre: Globo, 1974.

BEUREN, Ilse Maria (org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

BLOOM, Benjamin S. et al. Taxionomia de objetivos educacionais: domínio cognitivo. Tradução de Flávia Maria Sant’Anna. Porto Alegre, Globo, 1983.

BOAVENTURA, Edivaldo. Exercícios de metodologia da pesquisa. Salvador: Quarteto, 2017.

______. Metodologia da pesquisa: monografia, dissertação e tese. São Paulo: Atlas, 2004.

BOYD, Harpes; WESTFALL, Ralph. Pesquisa mercadológica. Rio de Janeiro: FGV,1979.

DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. São Paulo: Cortez, 1990.

BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES n° 1, de 8 de junho de 2007 –estabelece normas para o funcionamento de cursos de pós-graduação lato sensu, em nível de especialização. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces001_07.pdf. Acesso em: 25 mar. 2020.

DENCKER. Ada de Freitas Maneti. Métodos e técnicas de pesquisa em turismo. 4. ed. São Paulo: Futura, 2000.

ECO, Umberto. Como se faz uma tese. 22. ed. São Paulo: Perspectiva, 2009.

FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

FERREIRA, Rosilda Arruda. A pesquisa científica nas ciências sociais: caracterização e procedimentos. Recife: EUFPE, 1998.

FESTINGER, Leon; KATZ, Daniel. A pesquisa na psicologia social. Rio de Janeiro: FVG, 1974.

GERHARDT, Tatiana; SILVEIRA, Denise. Métodos de Pesquisa. Porto Alegre: UFRGS, 2009.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

______. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de monografia, dissertação e tese: inclui exercício prático e normas de referências, citações e notas de rodapé […]. São Paulo: Avercamp, 2004.

HENRIQUES, Antonio; MEDEIROS, João Bosco. Monografia no curso de Direito: trabalho de conclusão de curso – metodologia e técnicas de pesquisa, da escolha do assunto à apresentação gráfica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

KERLINGER, Fred N. Metodologia da pesquisa em ciências sociais: um tratamento conceitual. São Paulo: EPU/EDUSP, 1980.

KERSCHER, Maracy Alves; KERSCHER, Sílvio Ari. Monografia como fazer. Rio de Janeiro: Thex Editora, 1998.

KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 2005.

LAUDAN, Larry. O progresso e seus problemas: rumo a teoria do crescimento científico. Tradução de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Unesp, 2011.

LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Belo Horizonte: UFMG, 2007.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2007.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 11. ed. São Paulo: Hucitec, 2008.

______. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 27. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

POPPER, Karl. A lógica da pesquisa científica. Tradução de Leônidas Hegenber e Octanny S. de Moura. São Paulo: Cultrix, 1974.

SANTOS, Antonio dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 7. ed. rev. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007.

SANTOS, João Almeida; PARRA FILHO, Domingos. Metodologia científica. São Paulo: Futura, 1998.

SANTOS, Luiz Carlos dos. A elaboração de artigo técnico-científico: possível aplicação nas áreas das Ciências Contábeis, da Administração e do Direito. Disponível em: https://www.lcsantos.pro.br/arquivos. Acesso em: 14 mar. 2020.

______. A construção de projeto de pesquisa. Disponível em: https://www.lcsantos.pro.br. Acesso em: 31 mar. 2020.

______. Justificativa da pesquisa: a dimensão científica. (2018). Disponível em: https://www.lcsantos.pro.br. Acesso em: 31 mar. 2020.

______. O traçado da metodologia: tipologia quanto aos objetivos – o primeiro enquadramento (2018). Disponível em: https://www.lcsantos.pro.br. Acesso em: 06 set. 2019.

______. A observação: uma técnica ou instrumento de coleta de dados numa investigação científica (2018). Disponível em: https://www.lcsantos.pro.br. Acesso em: 31 jan. 2018.

______. Monografia: um trabalho edificante, criativo e responsável (2018). Disponível em: https://www.lcsantos.pro.br. Acesso em: 30 mar. 2020.

______. Hipóteses de pesquisa ou questões norteadoras? (2018). Disponível em: https://www.lcsantos.pro.br. Acesso em: 29 mar. 2020.

______. Tópicos sobre educação e metodologia da pesquisa científica. Salvador: Quarteto, 2007.

SELLTIZ, C.; et al.  Métodos de pesquisa nas relações sociais. São Paulo: Edigraf, 1970.

TACHIZAWA, Takeshy; MENDES, Gildásio Mendes. Como fazer monografia na prática. 7. ed. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2003.

TOMASI, Carolina; MEDEIROS, João B. Comunicação científica: normas para redação científica. São Paulo: Atlas, 2008.

 

Imagem de Dariusz Sankowski por Pixabay

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *